sábado, 7 de maio de 2011

Pra que fazer terapia se eu tenho amigos?

Diferente do que muita gente pensa, a psicoterapia vai além do simples desabafo!

 Esta é uma pergunta que eu já ouvi muitas vezes. Ela está baseada na crença (errônea) de que fazer terapia seria muito parecido com desabafar com um amigo. É claro, se fazer terapia é só isso, então não preciso mesmo pagar um terapeuta se meu amigo pode fazer isso de graça! Mas na realidade, a psicoterapia cumpre uma função diferente do simples desabafo.

Nossos amigos são a rede de sustentação que alivia as nossas quedas. São as pessoas especiais que escolhemos para participar das nossas vidas, e de cujas vidas escolhemos participar. A eles pedimos e damos conselhos quando não sabemos o que fazer. Pedimos e damos colo e ombro para chorar. Essas experiências são valiosíssimas por que fazem com que nossa dor seja validada. Quando alguém me escuta e me entende, eu me sinto humano, e não um extraterrestre.

O psicoterapeuta, é claro, também nos valida, nos dá colo, mas só em uma pequena porção do tempo. Isto porque o principal motivo que nos leva a fazer psicoterapia não é para reclamar e desabafar do que a vida e as pessoas fizeram conosco, e sim para entender ? e mudar ? o que nós fizemos conosco a partir do que a vida fez com a gente. Em outras palavras, para compreender quando e para que aprendemos, criamos e repetimos certos padrões de comportamento, e também para desenvolver formas alternativas de lidar com velhos problemas.

Quem nunca se fez uma dessas perguntas (ou outras parecidas): Por que sempre escolho o homem errado? Por que não consigo dizer não? Por que preciso sempre agradar os outros? Por que preciso sempre ter controle de tudo? Por que não consigo parar num emprego só? Por que tenho problemas com autoridades? Por que tenho tanta raiva e sou tão bravo? Por que, vira e mexe, eu me coloco como vítima das circunstâncias?

O objetivo da psicoterapia, então, e fazer com que nos responsabilizemos por nossa vida, nossas escolhas, nossas atitudes e comportamentos. Ombro e colo são necessários para os momentos de dor, mas a verdadeira mudança vem de abraçar a nossa própria causa e encontrar novas formas mais adequadas de enfrentar os desafios que a vida nos impõe.

Para essa jornada de autoconhecimento e reforma íntima, precisamos de uma ajuda profissional, de alguém que conheça métodos e técnicas que nos ajudem a encontrar o caminho para este objetivo. Alguém que nos ajude a responder a perguntas como as acima, e criarmos uma nova versão de nós mesmos.

 Conteúdo por:  Cecilia Zylberstajn 

Especialidade: Psicologia e psicodramatista


 

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