terça-feira, 21 de junho de 2011

Uma única doação de sangue pode salvar até 4 vidas

No Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado no dia 14 de Junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lança a campanha "Mais sangue, mais vida". O objetivo é conscientizar a população a importância de doar sangue de forma regular. Segundo o Ministério da Saúde, se cada pessoa doasse duas vezes ao ano, não faltaria sangue para transfusão no país. 

De acordo com a OMS, são realizadas um total de 92 milhões de doações de sangue por ano em todo o mundo. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, 1,9% dos brasileiros doa sangue regularmente. Embora, esteja dentro do parâmetro de 1% a 3% definido pela OMS, esse número ainda precisa melhorar. 


O Ministério da Saúde lançou a nova campanha de incentivo à doação de sangue no país. A iniciativa, intitulada "Essa corrente precisa de você. Doe Sangue", é uma das atividades previstas para marcar o Dia Mundial do Doador de Sangue. A meta da campanha é atingir 4 milhões de voluntários até 2012, o que representa 2,1% da população brasileira. 
 
Além disso, foi publicada no Diário Oficial da União, a Portaria 1.353, que estabelece o novo Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápicos, com novos critérios para a doação de sangue no Brasil. A nova legislação estabelece diretrizes voltadas ao aumento da segurança para quem doa e recebe sangue no país e amplia a faixa etária para candidatos à doação. Com as medidas, a previsão do Ministério da Saúde é que aproximadamente 14 milhões de brasileiros sejam incentivados a serem doadores em potencial. A faixa etária atinge jovens entre 16 e 17 anos (mediante autorização dos pais ou responsáveis) e ampliação para idosos com até 68 anos - antes a faixa era de 18 a 65 anos. 

A biomédica Cinthya Duran explica que em uma única doação é possível salvar até quatro vidas, uma vez que o material é separado em diferentes hemocomponentes: concentrado de hemácias (glóbulos vermelhos), concentrado de plaquetas, plasma e crioprecipitado que podem ser utilizados em diversas situações clínicas."De qualquer modo, é necessária a conscientização de que a doação de sangue precisa ser feita não apenas em épocas de campanhas para o reabastecimento de baixo estoque, mas durante todo o ano. O sangue doado tem sempre utilidade e nunca sobra, pelo contrário, faz falta", completa a especialista. 




Não custa nada e vale muito 
A falta do estoque de sangue em um hospital pode levar ao cancelamento de cirurgias e de procedimentos. Um exemplo é o paciente que faz quimioterapia, já que, caso não receba o suporte de transfusão, poderá não resistir ao tratamento. "Além disso, pode ser um enorme prejuízo ao paciente o adiamento de cirurgias cardíacas, de transplantes de rim, de fígado, de medula óssea, entre outros procedimentos que necessitam de sangue e de plaquetas", diz a biomédica Cinthya Duran. 
Se cada pessoa doasse duas vezes ao ano, não faltaria sangue para transfusão no País.
Não custa nada e vale muito

Uma pessoa adulta possui em média cinco litros de sangue e em uma doação são coletados no máximo 450 ml. Ou seja, é menos de 10% de todo seu sangue. Quem deseja doar sangue vai passar por uma avaliação prévia em ambulatório que tem o objetivo de detectar alguns impedimentos, como doenças, para a doação. Essa entrevista é particular e os dados são mantidos sob total sigilo.
Doação - Foto: Getty Images
De acordo com a coordenadora do hemocentro da Unifesp, em São Paulo, Rudneia Alves, é importante desmistificar a crença de que a doação de sangue é útil para saber suas condições de saúde, por conta dos exames que são feitos. "O doador deve estar com um espírito totalmente altruísta", diz ela. "Se a pessoa possui qualquer suspeita de ter algum problema de saúde, não deve tentar resolver isso doando sangue, pois, apesar de cômoda, essa atitude pode representar um risco a quem vai receber a transfusão. Recomendamos que ela consulte um médico e faça os exames necessários".

É fácil e não dói
Conheça os critérios para ser um doador: 
- A partir da nova legislação, jovens entre 16 e 17 anos (mediante autorização dos pais ou responsáveis) e idosos com até 68 anos também poderão doar sangue no Brasil.
- Pesar mais de 50 quilos.
- Estar descansado.
- Não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas quatro horas.
- Não ter recebido transfusão de sangue nos últimos 12 meses.
- Não estar com febre, gripe ou resfriado.
- Se mulher, não estar grávida, amamentando ou ter tido parto normal ou aborto há menos de três meses. Em caso de cesárea, seis meses.
- Após aplicar piercing aguardar três dias para doar.
- Após fazer uma tatuagem aguardar 12 meses.
- Após vacina da gripe ou rubéola aguardar 30 dias.
- Após vacina da gripe H1N1 aguardar 48 horas.
- Não ter antecedentes de hepatite após 10 anos de idade.
- Não ter antecedentes de doença de chagas.
- Acupuntura - sendo agulhas do próprio paciente, não há impedimento.
- Sobre medicamentos - o esclarecimento deve ser feito pessoalmente ou por telefone antes de doar.
- Se esteve em áreas de alta incidência para Febre amarela, malária, doar após seis meses.
- Hipertensos podem doar dependendo da situação avaliada em entrevista clínica.
- Diabéticos que não façam uso de insulina.
- Tratamento dentário - tempo variado entre três dias e um mês dependendo do caso.
- Alimentação - não deve-se doar em jejum prolongado.

Tendo observado esses critérios, o resto é muito simples:
- Pela manhã: tomar café leve e sem alimentos gordurosos
- À tarde - doar duas horas após o almoço
- Não se alimentar de refeições com alto teor de gordura
- Levar documento com foto.
- Saber o endereço completo com CEP para o envio de carteirinha de doador e resultado de exames.
- Homens podem doar a cada 60 dias (respeitando o limite de quatro doações ao ano) e mulheres a cada 90 dias (respeitando o limite de 3 doações ao ano).




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