O QUE É A PRESSÃO ARTERIAL?
A pressão que o sangue exerce sobre as paredes das artérias, dependendo da força da contração do coração, da quantidade de sangue e da resistência das paredes dos vasos é chamada Pressão Arterial.
0 ponto mais alto da pressão nas artérias é chamado de pressão sistólica. O ponto mais baixo, ou a pressao que está sempre presente sobre as paredes arteriais é chamada de pressão diastólica.
O instrumento utilizado para medir a pressão arterial é o esfigmomanômetro, e os tipos mais usados são os de coluna de mercúrio e o ponteiro (aneróide), possuindo ambos um manguito inflável que é colocada em torno do braço do paciente.
O estetoscópio é o instrumento que amplifica os sons e os transmite até os ou vidos do operador.
A série de sons que o operador ouve, ao verificar a pressão sangüínea, são chamados de sons de Korotkoff.
O primeiro som claro, quando o sangue flui, através da artéria comprimida, é a pressão sistólica. A pressão diastólica ocorre no ponto em que o som muda ou desaparece.
VARIAÇÃO NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL
A Pressão Arterial de um indivíduo varia de acordo com vários fatores tais como a idade, o estado emocional, a temperatura ambiente, a posição postural (em pé, deitado, sentado), estado de vigília, ou sono e com uso de drogas (fumo, álcool, etc ... ).
A medida da pressão arterial é simples e o método é fácil, mas certos cuidados e recomendações devem ser levados em consideração para que se evitem erros; observar no anexo 1.
A medida incorreta da pressão arterial pode trazer conseqüências graves, tanto por levar pessoas normotensas a serem tratadas sem necessidade ou, ao contrário, deixar de tratar pessoas hipertensas.
As fontes de erros mais comuns são apresentadas no anexo 11. Um cuidado especial deve ser tomado quanto à escolha adequada do manguito quando as pessoas são muito gordas ou muito magras.
O problema da pressão alta (hipertensão arterial) é de extrema gravidade no mundo. No Brasil, sabe-se que essa doença é responsável direta ou indiretamente por 19% de todas as mortes ocorridas no país e 3% de todas as internações, além de se constituir na terceira causa de afastamento do trabalho (Iogo depois das doenças mentais e tuberculose).
Seu diagnóstico é muito fácil mas exige algumas considerações como veremos adiante.
É fundamental o uso de Normas PADRONIZADAS para se determinar corretamente o valor da pressão arterial
PROCEDIMENTOS PARA A MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL
1. Colocar o indivíduo em local calmo com o braço apoiado a nível do coração e deixando-o à vontade, permitindo 5 min tos de repouso. Usar sempre o mesmo braço para a medida;
2. Localizar o manômetro de modo a visualizar claramente os valores da medida;
3. Selecionar o tamanho da braçadeira para adultos ou crianças. A largura do manguito deve corresponder a 40% da circunferência braquial e seu comprimento a 80%;
4. Localizar a artéria braquial ao longo da face interna superior do braço palpando-a;
5. Envolver a braçadeira, suave e confortavelmente, em torno do braço, centralizando o manguito sobre a artéria braquial. Manter a margem inferior da braçadeira 2,5cm acima da dobra do cotovelo. Encontrar o centro do manguito dobrando-o ao meio;
6. Determinar o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial até seu desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica palpada) e aumentando mais 30 mmHg;
7. Desinsuflar rapidamente o manguito e esperar de 15 a 30 segundos antes de insuflá-lo de novo;
8. Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial palpada abaixo do manguito na fossa antecubital. Deve ser aplicado com leve pressão assegurando o contato com a pele em todos os pontos. As olivas devem estar voltadas para frente;
09. Fechar a válvula da pera e insuflar o manguito rapidamente até 30 mmHg acima da pressão sistólica registrada;
10. Desinsuflar o manguito de modo que a pressão caia de 2 a 3 mmHg por segundo;
11. Identificar a Pressão Sistólica (máxima) em mmHg, observando no manômetro o ponto correspondente ao primeiro batimento regular audível (sons de Korotkoff);
12. Identificar a Pressão Diastólica (,mínima) em mmHg, observando no manômetro o ponto correspondente ao último batimento regular audível.
Desinsuflar totalmente o aparelho com atenção voltada ao completo desaparecimento dos batimentos;
13. Esperar de 1 a 2 minutos para permitir a liberação do sangue. Repetir a medida no mesmo braço anotando os valores observados;
14. Registrar a posição do paciente, o tamanho do manguito, o braço usado para a medida e os menores valores de pressão arterial Sistólica e Diastólica encontrados em mmHg. Retirar o aparelho do braço e guarda-lo cuidadosamente afim de evitar danos.
CAUSAS DE ENGANO DA MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL
Enganos devidos ao Equipamento:
1. Sistemas inadequadamente calibrados ou testados;
2. Defeitos do esfigmomanômetro aneróide ou de coluna de mercúrio: oríficio de ar obstruído, calibração alterada, manguito incompletamente vazio, tubulação defeituosa, sistema de flação ou válvula de escape, mercúrio, insuficiente no reservatório ou indicador zero errado;
3. Tamanho da braçadeira em desacordo com o do braço;
4. Circunferência do membro em relação à variação da largura da braçadeira maior ou menor que 2,5 produz leituras de pressão indireta falsamente altas ou baixas respectivamente.
Enganos devidos à Técnica de Examinar:
1. Braços sem apoio dão pressões falsamente altas;
2. Examinador posiciona o instrumento ao nível acima ou abaixo do coração ou comprime o estetoscópio demasiado frme sobre o vaso;
3. Examinador apresenta preferência por números pares;
4. Mãos do examinador e equipamento frios provocam aumento da pressão sanguínea;
5. Sistema acústico danificado;
6. Interação entre examinado e examinador pode afetar a leitura da pressão arterial.
-> Ter um aparelho de pressão em casa é recomendado principalmente para quem tem hipertensão e precisa acompanhar constantemente seus valores para verificar a eficácia da medicação. É importante pedir orientação ao seu cardiologista, para que ele recomende quantas vezes por dia ou por semana realizar a medição, em que horários, posições. Existem regras gerais, mas, para cada caso, algumas orientações específicas podem ser necessárias.
-> Erros na verificação da pressão arterial podem ser perigosos. Se um paciente está com a pressão normal e, por uma falha, acredita que sua pressão está alta, pode utilizar o medicamento sem necessidade, por exemplo. Além disso, há o fator psicológico: alguém pode se assustar por achar que a pressão está muito alta ou muito baixa, ficar ansiosa e se sentir mal pelo medo de estar doente.
Fonte: EERP/USP
Setor de Informática - Maio/99